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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Apenas uma cidadã

Este não é um texto sobre o amor. É um texto sobre uma cidadã que já amou demais. Uma cidadã que faz tudo errado. Que se desconcerta quando alguém fala que gosta dela. Que é contraditória por natureza. Que fala a verdade quando deveria mentir. Que diz que é fiel aos seus sentimentos mas não entende nada sobre fidelidade. Que gosta de um cara mas sai com outro sábado à noite. Que quer se matar por dar end no cidadão que ela mais quer quando ele liga e ela está com outro. Que já largou um cara dentro do cinema sozinho e nunca mais voltou. Que já saiu de casa às duas da manhã numa terça-feira fria. Que já chorou por um homem. Que já chorou por alguns homens. Que não tem vergonha de falar o que sente. Uma cidadã cujo sorriso entrega suas emoções. Cujos lábios movem quando ela pensa.
E cujos olhos não a deixam mentir.
Uma cidadã que odeia pimentão. Odeia beterraba. Odeia quando tem que esperar alguém ligar.
Odeia mais ainda quando esse alguém não liga. Odeia os homens que têm namorada e ficam ligando pra ela. Uma cidadã que adora chocolate. Que queria morar sozinha. Adora sua própria companhia. Adora não ter mais idade pra brincar de polícia-e-ladrão. Pra fazer joguinho. Adora já ter passado da fase de fingir que ela não está afim quando está.
Só que essa cidadã faz tudo errado. Ela diz por aí que quer namorar. Mas se esquiva quando seus casos começam a ficar sérios. E só se envolve com os “não-namoráveis”. Os mais galinhas. Os mais ignorantes. E anda dispensando todos os caras com quem ela poderia pensar em fazer planos. Talvez porque, lá no fundo, ela goste de ser solteira. De poder escolher com quem ela vai sair no final de semana. Talvez ela queira ligar praquele cara bacana no meio de alguma festa.
Talvez porque ela ache que sair e conhecer novas pessoas seja uma coisa legal. E porque ela ainda não encontrou alguém que faça valer a pena largar tudo isso pra se comprometer a um cara só.
Talvez porque ela goste de chegar em casa sozinha. Tirar suas roupas e se jogar em cima da cama. Poder deixar tudo espalhado. Reservar-se o direito de não atender o telefone fixo. Assistir ao canal de TV que ela bem entender. Ficar na internet por quantas horas achar conveniente.
Dar end no celular de acordo com seu humor. Ir e vir de onde ela bem entender. À hora que ela bem entender. E com quem ela bem entender. Talvez tudo isso seja verdade. E talvez tudo isso passe. Mas fato é que a cidadã não vai abrir mão disso por pouca coisa. E que ela não troca suas tardes de domingo sozinha por tardes de domingo em companhia errada.
Fato é que a cidadã não quer alguém pra chamar de namorado. Ela quer um alguém que ainda não encontrou(ou encontrou e não sabe como agir). E o dia que ela souber como agir, ela não vai deixar esse alguém escapar por nada deste mundo. Porque essa cidadã sabe o que é fazer tudo errado sempre. Mas, mesmo assim, ela não tem medo de começar tudo de novo. De tentar outra vez. E essa cidadã só quer viver de novo aquilo que ela conhece muito bem. Amar.
Incondicionalmente. Viver incondicionalmente. Viver sem fazer planos. Sem querer prever o futuro. Estar do lado de alguém que é o mundo pra ela. Estar do lado da pessoa certa. Aquela única pessoa com quem ela gostaria de estar. Alguém que conhece todos os seus medos. Todos os seus sonhos. Que sonha junto com ela. Alguém por quem ela abriria mão de todas as maravilhas da vida de solteira. E por quem ela acredita que vai fazer tudo certo um dia.

- esperando pelo amor.

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